segunda-feira, 15 de junho de 2009

Férias = exílio!!!


Vocês já repararam como a gente fica entediado durante as férias?

O negócio começa assim...

Durante o semestre, a gente fica no limite. Tem tanta coisa pra fazer, a gente fica tão cansado, que daria tudo pra não ter que fazer nada.
No fim do semestre, naquela última semaninha onde tudo de ruim acontece, a gente fica um zumbí. Não dorme o suficiente, não come direito, o coração sempre bate acelerado, o corpo tá vivendo na reserva...

Aí tudo acaba. A gente se forma, não acredita no que tá acontecendo, vai em todas as festas e mini-comemorações possíveis. A gente se dá conta que estamos passando as últimas férias realmente tranquilas. Pra mim, todos os verões depois desse serão consumidos com estudo e trabalho de campo (sina da antropologia). Queremos aproveitar o máximo possível!

Começamos a zoar os amigos que não estão de férias. Tentamos convencê-los a saírem com a gente, já que estamos à toa. Tentamos levá-los pro mau caminho... eles até desviam das vias da virtude por um tempo, até o dia em que cortam a onda. Aí, estamos realmente sozinhos...

O tédio começa. Não há livro nem atividade que preencha as horas vagas. E olha que eu trabalho meio período! Tento ler, mas meus neurônios estão exaustos das milhares de páginas de leitura e escrita no ano anterior. Tento escrever no blog, mas tenho preguiça. Penso em completar o scrapbook (já muito atrasado) do meu intercâmbio na França. Tenho mil livros que comprei e nunca lí, mas não consigo passar das 10 primeiras páginas. Arrumar o quarto? Sem chance! E nenhum dos meus amigos me acompanha na vagabundagem... Todos trabalhando, estudando, viajando!

Isso vai pra mostrar que tudo em quantidade demasiada é um saco! É quase um tipo de exílio, especialmente quando os amigos estão ocupados... Por outro lado, férias compridas assim a gente só tem enquanto tá estudando. Quero aproveitar meu último verão livre! Aqui nos EUA as férias de verão vão de maio até o fim de agosto, então eu ainda tenho muuuuuuitos dias de tédio para enfrentar.

Alguém tem alguma sugestão para atividades de férias? Até agora tenho feito escalada (muito legal) e yoga, mas não é o suficiente!

domingo, 31 de maio de 2009

Famílias estranhas existem em toda a parte do mundo


Para quem quiser degustar um pouco da natureza sem-jeito, forçada e artificial das relações familiares nos EUA, visite este site: http://awkwardfamilyphotos.com/
Se trata de um apanhado de várias fotos familiares RI-DÍ-CULAS! Muitas delas são profissionais e toscas, de um estilo tipicamente americano (tipo das fotos que se manda para parentes que moram longe). Vale a pena dar uma olhada! Depois dizem que os latinos é que são problemáticos... e os americanos ainda se perguntam por que tem tanto serial killer nesse país!!!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Guia: Namoro para brasileiros no exterior

Para vocês que moram ou já pensaram em morar no exterior, eis um assunto muito problemático: namoro, pegação, ou qualquer tipo de interação entre os sexos. O que fazer num país que não é o seu, com um povo que tem costumes e hábitos totalmente diferentes?

Aqui nos EUA, essa parte da vida pode ficar deixada de lado, especialmente quando a pessoa tá estudando ou trabalhando que nem louca! Não sei como é pros homens brasileiros que estão aqui, mas pras mulheres... às vezes é muito difícil. Além de desinteressantes (admito que nem todos são assim, mas a grande maioria), os americanos são devagares demais, nunca chegam nas mulheres, e não tendem a ser muito educados! O papo é péssimo... assim, ninguém merece!

Já as mulheres americanas, elas sim vão à luta. São muito mais "pra frente" do que as brasileiras (em geral, claro), e elas é que normalmente chegam nos caras. Isso eu to falando da minha experiência morando numa cidade universitária. Elas não deixam ninguém sobrando! Já falei pra vários amigos brasileiros, venham pra cá!!! Vocês vão lucrar muito mais do que aí!

Outros dois fatores interessantes: enquanto no Brasil a gente "fica", aqui o povo tem um "hook up". Como que isso é diferente? Tudo acontece na pista de dança... Sabe aqueles hip-hops americanos super mulambentos? Aquelas danças de esfregação que aparecem nos clips de música? Então, é tudo igualzinho. Um casal começa a dançar daquele jeito (que nós brasileiros, irônicamente, achamos indecente) e dalí acaba saindo juntos para passar a noite. Beijos são muito raros - os americanos acham que beijar é nojento! Vai entender!!!

E essa é a tristeza de morar nos States. Se você está solteiro(a), achar alguém interessante já é difícil. Chegar a trocar uma idéia com essa pessoa é mais difícil ainda! Se você é mulher, a coisa ainda piora. Os americanos tem um padrão de beleza muito diferente dos brasileiros, e não prezam tanto pelas curvas femininas (a não ser que seja peito, claro!). No Brasil, sinto que os homens reparam muito mais nas mulheres do que aqui. Nos EUA, parece que a gente é invisível!

Agora não estou mais à procura (e, na verdade, não tenho estado por um tempinho já). Minha solução pra esse problema sempre tem sido achar brasileiros de uma maneira ou de outra. Já tive um relacionamento à distância por 2 anos e meio, e agora tenho um mais de perto. E vocês, o que acham dessa paradigma dos EUA? Vocês concordam ou não com a minha experiência aqui? Comentem!!!!

De volta!

Olá leitores (se vocês ainda estão por aí!)
Depois da longa pausa nas postagens, estou voltando! Neste meio tempo, eu me formei em antropologia e francês, e fui aceita para o doutorado de antropologia na Brown University! (Uhuuuu!)
Estarei postando com mais frequência em breve! Podem esperar!
Como estou de férias, abordarei todo tipo de assunto - desde informações práticas até paqueras e namoros no exterior! Vocês não perdem por esperar!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Exílio Econômico

Olá, leitores!

Neste post, respondo (e desenvolvo) um comentário feito pelo Chico, um amigo meu de Petrópolis, RJ. Ele diz: "É interessante porque me dei conta que você é de fato a primeira geração de filhos dos 'exilados economicos', não é?"

Eu já estava querendo explicar aqui o meu raciocínio por usar a palavra "exílio" no nome do blog. Técnicamente falando, eu seria classificada como imigrante. A diferença entre a minha experiência e o estereótipo de "imigrante para os EUA" é que eu não sonhei em tentar a minha vida aqui... não fui eu quem fez a escolha de sair do Brasil. Também tem o fator de que eu já vim pra cá com cidadania americana (graças à minha vó, que nasceu aqui), então não sofrí a marginalização tão comum entre os imigrantes ilegais.

A princípio, eu ia dizer que me sentía exilada porque acabei construindo uma vida aqui, e agora já não tenho como voltar e sobreviver no Brasil. Afinal, ser antropóloga no Brasil é bem difícil. Também ia adicionar que existe um sentimento melancólico, que me faz ver o Brasil como a minha terra natal, pra onde não volto "pra sempre" tão cedo. É quase uma separação forçada pelas circunstâncias.

No entanto, a expressão que o Chico usou explicou muito melhor a minha situação. Na época da ditadura, os exilados brasileiros eram políticos. Agora, com a mudança dos tempos, o tipo de exílio também mudou. Agora é outro lance: exilado econômico!

Nossa mudança para os EUA foi extremamente influenciada pela situação econômica do Brasil, e pela situação financeira da minha família. Com a classe média do Brasil diminuindo, em meados dos anos 90, ficou difícil sobreviver. Ainda mais com um pai músico e uma mãe secretária. Daí surgiu a idéia de ir morar nos EUA, para garantir uma educação decente (e, consequentemente, um futuro decente) para os três filhos. Acho que é isso mesmo: sou a primeira geração de "exilados econômicos", pessoas que não conseguiram ganhar a vida no Brasil e acabaram indo morar no exterior. Nota-se a conotação de "estratégia de sobrevivência" dessa explicação. Imagino que a maioria de pessoas que entrariam nessa categoria de exilados econômicos fazem parte de uma classe média ou média-baixa que busca a educação e a oportunidade de trabalho como meta para os filhos e parentes.

O que tem de interessante nisso, então? Bem, o elemento de ruptura (de ser tirada de uma cultura e jogada em outra, aos 12 anos de idade) afetou muito a minha personalidade. Por isso sou assim, meio melancólica e sempre saudosa... vivendo, de propósito, como um peixe fora d'água. Me recuso a me adaptar, a ter a minha "alma" inteiramente aqui. De um certo modo, vivo um exílio eterno, que nenhum passeio de 2 meses pelo Brasil pode curar!

E vocês, o que acham? Concordam com a idéia de "exilados econômicos"? Existem outros tipos de exilados que não mencionamos aqui? Comentem!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

5 motivos pra gostar do vento


Só porque hoje está ventando muito aqui, estou postando este poema que achei num blog muito legal -http://diariosdabicicleta.blogspot.com/

Achei o texto lindo!


5 movitos pra gosta do vento

1. varre o chão sem vassoura
2. funciona como uma espécie de ar condicionado pras árvores
3. leva e traz cheiro de chuva, de bolo e de flor
4. muda o desenho das nuvens
5. faz a gente lembrar que as coisas invisíveis existem

(Silvana Tavano)

Quem sou eu?

Em 2008, fez 10 anos desde que me mudei do Brasil para os Estados Unidos. Na época, com meus meros 12 aninhos, não tinha muita escolha. Minha família veio, e eu acabei vindo junto. Depois de 10 anos vivendo aqui, acabei me acostumando. No princípio eu tentava "lutar contra a maré", sentia muita saudade do Brasil. Agora, acabei aceitando a vida como ela é.

Tenho 22 anos, e estou no último período de faculdade de antropologia. Durante a minha vivência aqui nos "Esteites", tive chance de viajar um bocado pelo resto do mundo (México, Inglaterra, Alemanha, Espanha, etc.). Também fiz um intercâmbio de 1 ano na França. Tudo graças ao trabalho e estudo que faço aqui!

Apesar da distância, mantenho muito contato com o Brasil. Ainda tenho família, amigos e muitas lembranças. Todo ano eu apareço por lá, e parece que eu nunca saí! Mas quando estou no Brasil, minha família está aqui. Sempre estou divida entre (no mínimo) dois países! Aqui nos EUA eu tenho a minha casa, a minha família, e vários amigos... mas quanto mais tempo eu fico fora, mais brasileira eu me sinto! Parece que vivo em uma situação de exílio - nunca deixarei de ter saudades da terrinha!

Neste blog, pretendo discutir um pouco dessa experiência de ser brasileira nos EUA, e no exterior em geral. Afinal, tenho 10 anos de histórias pra contar! Quem mora no exterior também, e sente falta do Brasil como eu, por favor comentem! Ou mesmo brasileiros que estão pensando em morar fora... Estamos aqui para ajudar!

Abraços e boa semana à todos.